Em resposta a uma entrevista para o JORNAL DO BRASIL, do Presidente do CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, Roberto D’avila, afirmando que a necessidade de regulamentação da Medicina se deve ao avanço da Fisioterapia. O presidente da SBF sociedade brasileira de fisioterapia, Dr. Wirom Correia Filho fez fortes críticas ao conteúdo dessa entrevista. Vejam na a entrevista no jornal do Brasil: http://blog.opovo.com.br/fisioterapiaesaude/presidente-do-conselho-federal-de-medicina-diz-abertamente-que-a-luta-e-contra-a-fisioterapia/ e logo abaixo as críticas do presidente da SBF.
Presidente do Conselho Federal de Medicina é fortemente criticado por representante de classe da Fisioterapia.
Caros amigos, o Dr. Roberto D´Ávila é um dos grandes dinossauros da Medicina Moderna, nem os seus colegas acreditam nele.
A Medicina não tem esse comportamento patológico pseudo-dominador e nem quer dominar a saúde de forma integral, pois as demandas de saúde não conseguem ser amparadas com essa filosofia Neandertal, a grande maioria dos colegas médicos acreditam e pedem inteligentemente o comportamento interdisciplinar para aliviar a carga de responsabilidade frente aos seus clientes.
Amigos, o nível de complexidade da atenção fisioterapêutica transcende a compreensão de profissionais não-fisioterapeutas, pois o entendimento clínico cinesiológico-funcional passa por conceitos biodinâmicos, interpretações de eventos neurobioquímicos e ações proprioceptivas ligadas ao amplo espectro da recuperação funcional.
O Dr. Roberto D´Avila está a serviço da massa mínima acrítica da Medicina, daqueles que se amparam em estruturas falidas da semi-divinidade e principalmente de profissionais que perderam seu status profissional, como os fisiatras, que de tão inexpressivos perderam espaço não apenas para a Fisioterapia, mas para a Ortopedia, Reumatologia, Neurocirurgia, Neurologia e outros.
O Projeto do Ato Médico não será aceito enquanto o seu texto for composto por falácias técnicas que ferem a práxis de outras profissões, sejam essas protagonistas ou adjuvantes na atenção ao cliente, os profissionais não-fisioterapeutas precisam entender que existem outras opções diagnósticas e terapêuticas, mas que estas não competem entre si e não são necessariamente opostas, mas na maioria das vezes complementares.
O CFM não consegue ganhar uma disputa judicial, pois não existe quem acredite numa saúde verticalizada e medicalizada ao ponto de termos outras profissões engessadas pelo desconhecimento de outros colegas, sejam médicos ou não, sobre assuntos que deveriam ser de seu domínio ,ou pelo menos de seu conhecimento, devendo existir a cooperação de outrem na equipe.
Vale sempre a discussão científica. Condutas médicas que evoluem, condutas fisioterapêuticas que nascem e se desenvolvem. As escolas podem debater a validade delas, mas o princípio do exercício profissional é soberano e único em cada profissão.
Veja bem, uma bursite vista por um médico é totalmente diferente da mesma entidade vista por um fisioterapeuta. O primeiro observa a inflamação estrutural e vai atuar na tentativa de reverter essa condição. O Diagnóstico Cinesiológico –Funcional (criticado pelo nosso amigo Dr. D´Ávila) analisa o complexo gleno-umeral pela ótica da ineficiência biodinâmica e o trabalho para reverter essa condição é totalmente diferente, porém não menos importante que a atuação do profissional não-fisioterapeuta.
Não existe Dr. D´Àvila qualquer interesse por parte dos fisioterapeutas sérios, isso, por parte daqueles que defendem e buscam o estado de arte dessa profissão, projeto de substituir o papel do médico, apesar da história e a evolução do tempo demonstrar que especialidades com profissionais fisiatras, nutrólogos e foniatras já não mais são necessárias ao convívio social, primeiro pela inexpressiva formação e segundo por prestarem um desserviço à sociedade com suas prerrogativas reabilitadoras e atrasadas.
Reconheço a necessidade da Medicina ter seu ato definido e protegido, mas nem na era da reabilitação dos processos referentes à poliomielite tivemos comportamentos e pronunciamentos ridículos e sem crédito.
Claro, temos que falar que algumas atitudes terapêuticas têm colaborado para a discussão mais acirrada em termos técnicos e científicos, mas a patética participação do Sr. Dr. D´Ávila nem de longe merece a participação nesse tipo de discussão.
Espero ter deixado alguns pontos claros:
a) A interdisciplinaridade é fundamental
b) Fisioterapia não é Medicina e nem faz parte dela
c) O Diagnóstico Cinesiológico-Funcional(DCF) é diferente do Diagnóstico Nosológico, e não menos importante
d) A Fisioterapia evoluiu e algumas de suas intervenções são de alta complexidade biomecânica
e) A saúde não é composta apenas de fisioterapeutas, mas temos profissionais não –fisioterapeutas que são importantes nas 3 esferas da saúde.
Dr. Wiron Correia Lima Filho
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