‘Neuroestimulação é hoje o tratamento mais avançado para a doença’, diz neurocirurgião
Uma tecnologia médica pode ajudar os
pacientes de Parkinson, doença que tem seu Dia Mundial nesta
quarta-feira (11/04). A neuroestimulação, ainda pouco difundida no país,
é uma das alternativas quando medicamentos e fisioterapia deixam de
surtir efeito.
A tecnologia consiste em um aparelho
similar a um marca-passo, implantado no peito do paciente, enviando
estímulos elétricos (por meio de eletrodos) para áreas específicas do
cérebro, ajudando o parkinsoniano a controlar seus movimentos e
recuperar a autonomia.
A cirurgia é feita com o paciente
acordado, assim ele pode auxiliar o médico na localização da área exata
que controla os movimentos no cérebro. O neurocirurgião Erich Fonoff
explica:
- A neuroestimulação é hoje o tratamento
mais avançado para a doença de Parkinson. É uma terapia segura que
proporciona resultados excelentes. Ela é realizada no exterior e no
Brasil desde os anos 80, mas nos últimos anos ganhou mais efetividade,
podendo ser aplicada com maior precisão. O implante é uma alternativa
para os casos em que o tratamento medicamentoso deixou de ser eficiente
ou para quem sofre muito com os efeitos colaterais.
O Ministério da Saúde estima que a
prevalência do Parkinson no Brasil seja de 100 a 200 casos para cada 100
mil habitantes. Trata-se de uma condição crônica, sem causa conhecida,
progressiva e degenerativa do sistema neurológico, que afeta os
movimentos e a coordenação dos portadores. Conforme progride, incapacita
o indivíduo, fazendo com que atividades simples do dia a dia, como
tomar banho e se vestir, se tornem impossíveis.
- Mesmo com toda a evolução na área
médica nos últimos anos, o Parkinson ainda é uma doença de difícil
diagnóstico e sem cura. Seus sintomas iniciais podem ser confundidos com
outras doenças, além de variar bastante de paciente para paciente.
Geralmente os primeiros sinais da doença
de Parkinson são sutis. Muitos ficam surpresos ao saber que a falta de
expressão facial, perda do olfato, constipação, tontura, desmaios,
postura curvada e dificuldade para dormir também podem ser sintomas da
doença.
Segundo o médico, a maioria das pessoas
só reconhece a doença quando surgem os tremores constantes e a
dificuldade para se movimentar e andar. Normalmente, os sintomas
aparecem depois dos 65 anos de idade, porém aproximadamente 15% dos que
convivem com o Parkinson desenvolvem a doença antes dos 50 anos.
- Ainda não existe prevenção. Mas quanto
antes for descoberta, melhor será a resposta do paciente ao tratamento.
Adiar a procura por ajuda médica pode interferir no sucesso da terapia.
Fonte: 180graus
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