Escrito por AGÊNCIA NOTISA
Medida faz parte de uma tendência que busca a prevenção e a promoção da qualidade de vida ao invés de apenas tratar e curar doenças.
AGÊNCIA NOTISA – O modelo médico por muito tempo se focou na doença, numa forma de pensar a saúde que pode ser qualificada como “reabilitadora”. Durante esse período, a prevenção de problemas e a promoção de saúde não faziam parte do leque de atuação do profissional. Mas este padrão está mudando.
É o que mostra o artigo “As práticas do cuidar na oncologia: experiência da fisioterapia em pacientes com câncer de mama”, publicado em julho do ano passado na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. De acordo com o trabalho, este novo estilo de fazer medicina também estaria se estendendo para a fisioterapia oncológica.
Lina Faria é pesquisadora do Instituto de Medicina Social, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e autora do artigo. Em entrevista à Agência Notisa, ela afirma que “mais do que recuperar ou curar pessoas, a fisioterapia preventiva vem criando condições para a saúde, o bem-estar e a participação social”, através de atividades que visam a prevenção de complicações, em todas as fases do desenvolvimento desta doença: “no diagnóstico; no tratamento; na recorrência da doença e nos cuidados paliativos”, enumera. A fisioterapia oncólogica, assim, “lida com as sequelas próprias do tratamento, atuando de forma preventiva para minimizá-las”, afirma a pesquisadora no artigo.
A pesquisa defende a importância do início de um programa fisioterapêutico precoce no tratamento de câncer de mama, antes dos pacientes apresentarem complicações, como “limitações de movimentos, dor, linfedema e aderência cicatricial”. Lina explica que, procedendo dessa forma, o paciente “diminui o tempo de internação e retorna mais rapidamente às atividades diárias e ocupacionais”.
No pós-operatório, a pesquisadora afirma que existem várias terapias indicadas, a saber: “algumas baseadas em exercícios de alongamento global e fortalecimento muscular, exercícios respiratórios, manobras de drenagem linfática manual, além de movimentos de facilitação neuromuscular proprioceptiva e atividades funcionais”, com destaque também para técnicas de Reeducação Postural Global (RPG), cinesioterapia, crioterapia, mobilização passiva e técnicas de relaxamento muscular.
É importante que se conheçam as técnicas de fisioterapia preventiva disponíveis, bem como seus benefícios para os pacientes com câncer de mama, uma vez que esta é uma das maiores causas de mortalidade entre mulheres no Brasil atual, podendo ser qualificado como “um importante problema de saúde pública”, argumenta a autora no artigo. Dessa forma, “cada vez mais se faz necessária a atuação da fisioterapia em pacientes com câncer de mama, do ponto de vista do tratamento e da prevenção, para minimizar os efeitos da cirurgia radical ou mesmo superá-los”, conclui na publicação.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)
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