Olá Fisionautas,
Agora que passou o carnaval, o ano de 2012 começou oficialmente !
Hoje deixo a tradução livre de mais um artigo da série LEAP (Linking Evidence and Practice- iLigando Evidência e Prática). Este trabalho foi publicado na revista Physical Therapy e quem quiser o original basta acessar este link >>>AQUI<<<<.
Ah! Uma coisa importante:
As informações desta postagem são a tradução de um artigo científico e são direcionadas a estudantes e profissionais da saúde.
Dito isso, vamos ao que interessa
INTRODUÇÃO
Agora que passou o carnaval, o ano de 2012 começou oficialmente !
Hoje deixo a tradução livre de mais um artigo da série LEAP (Linking Evidence and Practice- iLigando Evidência e Prática). Este trabalho foi publicado na revista Physical Therapy e quem quiser o original basta acessar este link >>>AQUI<<<<.
Ah! Uma coisa importante:
As informações desta postagem são a tradução de um artigo científico e são direcionadas a estudantes e profissionais da saúde.
Dito isso, vamos ao que interessa
INTRODUÇÃO
A
Claudicação Intermitente (CI) é um sintoma da doença arterial
periférica caracterizada por dor muscular no membro inferior
desencadeada pela atividade física e alividada com o repouso. A dor
se desenvolve como resultado do estreitamento do lumen arterial e
consequente redução do fluxo sanguíneo. Pacientes com CI podem
desenvolver limitações funcionais importantes e são mais propensos
a apresentar aterosclerose sistêmica e estão em risco
significantemente mais alto de evento cardíaco fatal.
Existem
evidências favoráveis quanto ao uso de exercícios para o
tratamento da CI. O guideline TASC II (Disponível para download no site http://www.tasc-2-pad.org/Client/EN/index.aspx?Composant=SSRubrique&IDBase=571&Methode=ClientFDetail&Ref=Downloadfulltextguidelines)
recomenda um programa supervisionado de caminhadas. Segundo este
guideline a velocidade e a intensidade da caminhada devem ser capazes
de induzir a claudicação dentro de 3-5 minutos. A caminhada deve
ser interrompida quando a dor for graduada em moderada (escore 2 de
acordo com a escala subjetiva de dor para sintomas de claudicação;
dá uma olhadinha na tabela abaixo) e o paciente deve repousar até a claudicação
desaparecer. Após o repouso, o paciente deve reiniciar a caminhada
até sentir novamente uma dor moderada. Este guideline recomenda
ainda que o programa de caminhada deve começar com ciclos de
exercício e repouso de até 30 minutos, podendo progredir até 60
minutos, 3 vezes por semana por 3 meses ou mais. Se o paciente for
capaz de caminhar 10 minutos sem induzir dor moderada, a intensidade
da caminhada pode ser aumentada.
Fonte: Silva e Nahas, 2002. Disponível para download em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/416/469
Os
guidelines da American Heart Association e do
American College of Cardiology (Disponível para download em: http://www.sirweb.org/clinical/cpg/PADExecSumm.pdf) recomendam os seguintes
elementos-chave para um programa de exercícios:
- Caminhada supervisionada em esteira ou pista em uma intensidade capaz de desencadear os sintomas de claudicação dentro de 3 a 5 minutos (escore de 1 na escala de dor relacionada a claudicação)
- Caminhar até que a dor seja graduada em moderada (escore de 2 na escala de claudicação), seguida de repouso sentado ou mesmo de pé, até os sintomas desaparecerem
- Repetir este exercício e ciclos de descanso por 35 minutos de caminhada intermitente.
- Aumentar o programa de exercícios em 5 minutos por sessão até 50 minutos, 3 a 5 vezes por semana por um mínimo de 12 semanas.
De
acordo com uma revisão da Cochrane publicada em 2000 (Abstract disponível => clique AQUI),
indivíduos com CI que participaram de um programa de exercícios
conseguiram caminhar percursos maiores sem sentir dor quando
comparados a indivíduos que receberam placebo ou cuidados ususal.
Uma busca atualizada da literatura foi realizada em 2008 por Watson
et al (Abstract disponível => clique AQUI) e os achados do trabalho original da Cochrane foram
confirmados.
MENSAGEM IMPORTANTE:
As
evidências sugerem que programas de exercícios supervisionados são
mais efetivos do que programas não supervisionados em aumentar a
distância percorrida. Devem ser realizados em uma intensidade que
desencadeie os sintomas (escore 1 na escala de dor em claudicação)
em 3 a 5 minutos, interrompendo a caminhada se os sintomas se
tornarem moderados (escore 2), repousando até os sintomas
desaparecerem e então retornando a caminhar. O programa de
exercícios deve ser de 30 a 60 minutos de exercício e descanso por
sessão, de 3 a 5 vezes por semana , por no mínimo 3 meses.
Caso #6 Exercícios para Claudicação Intermitente
APRESENTAÇÃO DO CASO
O
Sr. Phillips é um paciente de 61 anos, foi hospitalizado após apresentar
episódio de pés frios. A angiotomogradia demonstrou uma oclusão de uma
ponte (bypass) arterial prévia, e o Sr. Phillips foi tratado com
imediata trombectomia do local e endarterectomia da artéria poplítea
direita.
Acima o Sr. Phillips, momentos antes de dar entrada no hospital
Antes
de atender o Sr. Phillips, a fisioterapeuta leu atentamente o
prontuário com atenção especial a História Patológica Pregressa,
a qual inclui Doença Arterial Coronariana (DAC), Infarto do
Miocárdio (IM), além de fatores de risco para eventos cardíacos
(hipertensão e hipercolesterolemia) e da medicação, a qual
incluía beta bloqueadores. Na anamnese, a fisioterapeuta confirmou
que o Sr. Phillips não sentiu angina desde o episódio de IM.
Utilisando
guidelines de exercícios submáximos, o fisioterapeuta determinou
que ele deveria interromper a atividade caso a frequência cardíaca
do Sr. Phillip excedesse 85% de sua frequencia cardíaca máxima ou
se sua taxa de esforço percebido (TEP) exceder 14 . Pelo fato do Sr.
Phillips estar recebendo uma dose ininterrupta de beta-bloqueadores,
a fisioterapeuta optou por calcular a freqüência cardíaca máxima
utilizando a fórmula: 164-0,7x(idade).
Em
sua primeira caminhada supervisionada, o Sr. Phillips queixou-se de
dor nas panturrilhas (esquerda mais intensa do que a direita) e parou
de andar depois de 15 metros. Ele também se queixou de dor na região
poplítea direita, mas este não era um fator limitante para a
caminhada. O objetivo com o Sr. Phillips era andar 152 metros sem ter
que parar. As respostas hemodinâmicas, incluindo freqüência
cardíaca (FC), pressão arterial (PA), e TEP, foram monitoradas durante a
atividade.
Como
a fisioterapeuta aplica os resultados da revisão Cochrane ao Sr.
Phillips?
A
fisioterapeuta que atende o Sr. Phillips está ciente que um programa de
caminhadas é benéfico para pacientes com DAC. Entretanto, sua
dúvida é se o Sr. Phillips seria um bom candidato para um programa
de exercícios supervisionados. Desta forma, usando o formato PICO
(Paciente, Intervenção, Controle e Desfecho – para maiores
informações sobre o PICO, clique AQUI), ela fez a seguinte pergunta clínica: Em um homem
de 61 anos de idade, com trombectomia e endarterectomia de membros
inferiores, um programa de exercícios supervisionados seria capaz de
aumentar a distância caminhada ?
Ela
realizou uma busca na literatura e determinou que a Revisão
Sistemática de Bendermacher et al.
forneceu informações relevantes para responder a sua pergunta.
Apesar de 5 dos 8 estudos incluídos na Revisão Sistemática
investigarem pacientes com CI estável sem cirurgia recente, a
fisioterapeuta concluiu que isso não impediria a aplicação dos
resultados ao caso do Sr. Phillips.
A
cirurgia recente do Sr. Phillips não impediu ou limitou o exercício.
Os estudos incluídos na revisão examinaram os efeitos de um
programa de caminhada supervisionada, muitos deles de caminhada em
esteira, em comparação com um programa de caminhada não
supervisionada. O desfecho primário dos estudos era a distância
máxima de caminhada, o qual também era o objetivo de Phillips. Com
base na Revisão Sistemática, a fisioterapeuta recomendou um
programa de caminhada supervisionada para o Sr. Phillips. No segundo
dia pós-operatório, Phillips foi instruído quanto ao uso da Escala
de Avaliação de Claudicação de Dor e foi capaz de andar 24 m em velocidade escolhida por ele mesmo em 68 segundos antes de
sentir dor grau I, e mais 6 m em 12 segundos antes de
sentir dor moderada. As resposta hemodinâmicas foram monitoradas, e
os valores de interrupção não foram ultrapassados.
Importante
notar que a resposta hemodinâmica não foi o fator limitante para o
exercício e portanto a intensidade, tempo e tipo de prescrição de
exercícios foram baseados na literatura que dá suporte ao uso de
exercícios na CI (do contrário deveriam considerar a disfunção
hemodinâmica). Nas sessões seguintes, a fisioterapeuta solicitou ao
Sr. Phillips que diminuísse o ritmo de caminhada na tentativa de
manter a caminhada por 3 a 5 minutos antes do início da dor
moderada. Ciclos de exercício e descanso foram repetidos conforme
tolerância, com uma meta de longo prazo de 30 minutos de caminhada.
De acordo com os 2 guidelines para CI, a frequência de sessões
deveria ser de 3 vezes por semana (TASC II) e de 2 a 5 vezes por
semana (AHA / ACC). Com base na literatura para pacientes com CI e
para pacientes com história de DAC, a fisioterapeuta recomendou que
o Sr. Phillips caminhasse 5 vezes por semana.
Os
resultados do atendimento do Sr. Phillips foram semelhantes aos
descritos na Revisão Sistemática?
Nove dias
após a cirurgia, o Sr. Phillips era capaz de deambular 41 m antes de iniciar a dor moderada. Ele foi capaz de alcançar
esta distância com ciclos de exercício e descanso com duração de
cerca de 4 minutos. No momento da alta hospitalar, o Sr. Phillips
estava motivado para seguir seu programa de exercício supervisionado
em acompanhamento ambulatorial. Ao final de 3 meses, o Sr. Phillips
havia alcançado seu objetivo de andar 152 m (500 pés) sem parar.
Ele continua a progredir o seu programa de caminhada com o objetivo
de caminhar de forma intermitente por 45 minutos na maioria dos dias
da semana.
O que
pode ser aconselhado com base nos resultados dessas revisões
sistemáticas?
As conclusões da revisão Cochrane por
Bendermacher e cols. indicam que pacientes com CI se benefciam de um
programa de exercícios supervisionados em termos de distância percorrida.
Embora os pacientes com CI tenham muitas vezes co-morbidades que
limitam a tolerância ao exercício, estas co-morbidades,
muitas vezes não impedem a participação em um programa de
exercício seguro e eficaz.
Fisioterapeutas
devem prescrever um programa de exercícios individualizados
considerando os objetivos do paciente, comorbidades e resposta ao
exercício. Após a conclusão de um programa de caminhada
supervisionada as estratégias para aumentar a longo prazo a
participação num programa domiciliar de caminhada devem ser
incorporados.
Fonte: http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/
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