Apesar de quase a totalidade dos pacientes que procuram um tratamento
osteopático possuírem como queixa as dores na coluna a Osteopatia vai
muito mais alem. A Osteopatia é um sistema de cuidados completo,
tratando desordens dos diversos sistemas do corpo. Não é raro ouvir de
um paciente que nos procurou para tratar de uma hérnia discal que ele
passou a dormir melhor, melhora da função intestinal, diminuição dos
sintomas da TPM, alívio das dores de cabeça etc. Tudo isso se deve a
abordagem osteopática, a busca pela causa e não pelos sintomas, a busca
por harmonizar o todo, não apenas em oferecer alívio das queixas do
paciente. Realizar um tratamento osteopático é muito mais que "estalar"
seu paciente é colocar em prática as leis básicas (e simples) que regem a
osteopatia. A intervenção manual aplicada sobre as articulações,
músculos, fáscias, vísceras, tecido nervoso, ligamentos e capsulas
oferecem resultados rápidos e seguros desde que aplicada por um
profissional habilitado e capacitado. Apesar de muitas vezes ser vista
como algo místico a Osteopatia é totalmente baseada na ciência e tem
como fundamentos a anatomia, fisiologia, semiologia e seu tratamento é
realizado mediante uma avaliação clínica criteriosa. Sempre costumo
dizer que para trabalhar com osteopatia a avaliação é 99% do tratamento,
a manipulação, a correção deve ser sempre consequência do que foi
encontrado na avaliação, o que torna a osteopatia diferente não são as
manipulações, mas a visão que o fisioterapeuta passa a ter do paciente.
Além dos problemas de coluna (Lombalgia, dorsalgia, cervicalgia, hernias
discais, espondilolistese, artrose etc), a Osteopatia é eficaz no
tratamento de LER\DORT, tendinites, cefaleias, disfunções da ATM,
labirintite, TPM e muitos outros. Se divide em Osteopatia estrutural,
visceral e craniana, que se complementam para tratar o paciente de
maneira global. O profissional habilitado a praticar a osteopatia no
Brasil é o fisioterapeuta especializado em osteopatia. Essa
especialização segundo a resolução 220 do COFFITO deve conter 1.500
horas, apesar de a abertura de provas de titulos de especialidade NA
MINHA OPINIÃO, o paciente deve procurar sempre por um profissional que
concluiu a especialização de 1.500 horas, devido a complexidade da
Osteopatia. Osteopatia Estrutural: Está relacionada às disfunções do
sistema músculo-esquelético e tem como principal foco de trabalho as
dores do corpo. Atua desta forma principalmente nos tecidos: ligamentar,
muscular, tendíneo, articular, nervoso e fascial. Para atuar sobre os
tecidos que estejam em disfunção (com restrição de sua mobilidade) pode
valer-se de um grande número de técnicas com repercussões distintas
sobre cada tecido: stretching (muscular); pompagem (ligamentar e
vascular); miotensiva (muscular); articulatória (ligamentar e muscular);
inibição (muscular); thrust (ligamentar, muscular, capsular e
vascular); pontos gatilho (muscular); técnicas funcionais (fáscias) e
técnicas neuromusculares (muscular, vascular e fascial). Osteopatia
Visceral: Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou
seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o
sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações
viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente
sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da
estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos. Na
visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem
simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidua e diminuição do
líquido seroso presente na cavidade abdominal. Os principais efeitos da
manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura
lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as
aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da
vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco
reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a
facilitação medular. Os principais sintomas com indicação de tratamento
por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica;
pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações
cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome
pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias
sistêmicas de origem visceral. Osteopatia Craniana: Se relaciona
principalmente com o sistema neurovegetativo, nervos cranianos e o livre
trânsito de informações neurológicas por toda a extensão da coluna
vertebral (o que chamamos de eixo central), até o sistema nervoso
central (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). Todos os sistemas
reguladores do corpo dependem desta integridade de informações. Os
principais focos a serem tratados são: o sacro (pela relação com a
duramáter – mecanismo crânio-sacro), as fáscias presentes na base do
crânio, a saída dos pares cranianos pelos forames cranianos e as
aderências medulares. Basicamente são utilizadas as técnicas funcionais
que, apesar de suaves, produzem efeitos importantes como demonstra a
pesquisa realizada pelo médico e osteopata russo Dr. Yuri Moskalenko que
conseguiu quantificar por meio de barorrecepetores intracranianos em
pacientes com trauma crânio-encefálico, a diminuição da pressão
intracraniana após os procedimentos osteopáticos. Tem como principais
indicações os seguintes sintomas: cefaléias e enxaquecas; distúrbios
visuais e auditivos; disfunções da articulação têmporo-mandibular;
distúrbios de deglutição; alterações digestivas (pela inervação do nervo
vago); alterações vestibulares; alergias; rinites e sinusites; otites;
dores crônicas.
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