Mulheres com implante de silicone da marca francesa PIP devem ser examinadas pelos seus cirurgiões, pois gel é de baixa qualidade e pode se romper. Pacientes que não sabem o tipo de produto utilizado precisam consultar médico.
POR PÂMELA OLIVEIRA
Rio - Todas as mulheres que colocaram implante de silicone mamário da empresa francesa Poly Implant Prothèse (PIP) devem consultar seus médicos e cirurgiões para que sejam examinadas. A recomendação foi feita ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que divulgou comunicado aos médicos alertando sobre um “aumento da taxa de ruptura”. Comercialização, distribuição e importação das próteses estão suspensas no País.
“Geralmente, o cirurgião informa à paciente que tipo de prótese foi usada na operação e entrega a ela um certificado. Mas as mulheres que não sabem ou têm dúvidas se usaram ou não a prótese citada pela Anvisa devem procurar seus médicos”, recomenda o cirurgião plástico Antonio Américo Gonçalves.
De acordo com a Anvisa, “na maioria dos casos, as rupturas são detectadas apenas após exame médico”. Por isso, “é fundamental a opinião do clínico”, afirmou em comunicado a agência.
INFECÇÕES E DOR
“É importante que, caso ocorra, a ruptura seja identificada e providenciada a troca da prótese para evitar infecções e dor”, alerta o cirurgião, acrescentando que não usa a prótese da PIP, mas recomenda a suas pacientes que façam avaliação pelo menos de três em três anos.
Quarta-feira, a Agência Francesa de Segurança dos Produtos de Saúde afirmou que a empresa Poly Implant Prothèse usou um “gel não autorizado pelos especialistas sanitários” e que por isso o risco de ruptura aumentou. A agência fechou a empresa francesa, proibiu a venda, exportação e utilização das próteses fabricadas pela PIP e convocou 30 mil mulheres que usam o implante para exames médicos.
A agência alertou a Europa e os Estados Unidos sobre o perigo de ruptura e recomendou consultas aos cirurgiões. A PIP, criada em 1991, era o quarto fabricante mundial de implantes mamários e atravessava dificuldades financeiras há vários meses, situação que se agravou com este escândalo e que lhe levou à liquidação judicial, anunciada terça-feira.
INVESTIGAÇÃO
A Anvisa oficiou o distribuidor brasileiro das próteses fabricadas pela empresa francesa e solicitou o mapa de distribuição e a relação dos que compraram o produto no Brasil. Segundo a agência, até ontem não havia qualquer relato de “eventos adversos ou queixas técnicas” sobre as próteses.
A Anvisa orientou médicos — através de informe postado no seu site — a notificarem “situações graves ou inesperadas relacionadas às próteses”. Os registros devem ser feitos por e-mail (tecnovigilancia@anvisa.gov.br). Pacientes que tiverem dúvidas podem entrar em contato com a agência por telefone (0800 642 9782). O “Anvisa Atende” funciona das 7h30 às 19h30, de segunda à sexta-feira, exceto nos feriados.
Fonte: Jornal o Dia.
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