sábado, 2 de abril de 2011

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Ultimamente recebi um paciente na clínica onde eu estou cursando a cadeira de estágio supervisionado 1. É um senhor aparentemente muito saudável, ele chegou procurando tratamento fisioterapêutico. Sua queixa principal, era uma perda da força na musculatura do braço direito, logo ele pensou que isso foi causado por um erro médico, por ter começado com uma dor no braço, foi fazer uma filtragem para tratamento de uma suposta bursite, ou seja ele pensou que a filtragem tinha acarretado uma lesão de plexo braquial por causa do fármaco ou da agulha. Tudo isso não passava de uma suposta “coincidência”. Logo essa “fraqueza” passou para o braço contralateral, ele relatou que engasgava-se muito fácil e sua fala estava deficil. Isso não era uma coincidência, mas sim sintomas de ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA que foi diagnosticado após de cansativos exames, incluindo, o mais importante para esse laudo: a eletroneuromiografia.
Nosso sistema de motricidade é composto pelos neurônios motores superiores (ou primeiro neurônio) ou neurônio motores inferiores (ou segundo neurônio). Os neurônios motores superiores saem do córtex cerebral e acabam na medula fazendo sinaps com os neurônios motores inferiores, que logo chegam aos músculos e fazem os mesmos contrair.

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), é uma doença de patogênese desconhecida, ela ataca os neurônios superiores e inferiores, ocorrendo uma degeneração, dando início a fasciculação, fraqueza e flacidez (alteração no neurônio motor inferior) juntamente com espasticidade e atrofia (alterações no neurônio motor superior). Também pode ocorrer uma mistura de sinais bulbares, incluindo disartria e disfagia, além de labilidade emocional.
Mais comumente, a ELA afeta primeiramente as mão, com sintomas de formigamento e fraqueza, e evidência de emaciação das eminências tênares. Os ombros também podem ser afetados no início da doença. Se houver comprometimento bulbar, a língua fica emaciada e fasciculada, e a fala e a deglutição são afetados devido à fraqueza muscular.


Antes essa imagem era a imagem de um portador de ELA. Muitos autores citam que não existem tratamentos que possam regredir ou parar a doença, mas com o avanço da medicina e pesquisas com células tronco, essa realidade mudou. No meu convívio, vejo os benefícios que essa terapêutica esta trazendo aos portadores de distrofias musculares, neuronais, lesões medulares e outras patologias. É impressionante como esses pacientes evoluem bem e conseguem se recuperar e parar a progressão da doença.
Meu paciente Denyson está recebendo assistência fisioterapêutica desde que chegou da Alemanha, está no tratamento há exatamente dois meses. Ele foi em busca de tratamento de células tronco para uma doença que acometia seus músculos, chamada de DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER. É visivelmente perceptível a sua evolução, hoje Denyson é independente na sua locomoção na cadeira de rodas, consegue segurar seu próprio corpo suspenso por uma barra por muitos segundos, o que antes essas coisas eram impossíveis, ainda estamos no segundo mês de tratamento, mas tenho fé e acredito que com a ajuda de Deus ele vai conseguir andar e ser mais feliz do que ele já é.
Orientei meu paciente citado no começo do texto a procurar esse tratamento com células tronco, se Deus quiser daqui a dois meses ele estará viajando, e logo estará curado. Agora é só ter fé e seguir em frente com seu tratamento fisioterapêutico pós-transplante.

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