sábado, 2 de abril de 2011

POMPAG


Eu adoro pompage, é uma técnica muito eficaz de se tratar um paciente, e muito fácil, não se utiliza muito gasto energético. Sempre que posso eu estou usando, e sempre vejo muito êxito. Das patologias, eu uso muito em pacientes com cervicobraquialgias, síndrome do desfiladeiro torácico, problemas de DTM na qual compromete os músculos cervicais, trigger points, e muitos outros. Aproveitando um seminário, decidi fazer esse post sobre a pompage, pois é uma assunto muito importante de abordar.

A pompage é uma técnica de terapia manual, foi desenvolvida por um osteopata Norte-Americano chamado Cathie, e o francês Marcel Bienfait recuperou esse procedimento para utilização em fisioterapia, sistematizando e classificando as diferentes manobras que até então eram transmitidas de uma geração à outra de profissionais osteopatas apenas de forma prática. O termo Pompage passou do inglês ao francês e ao português, sem tentativa de tradução em nenhuma dessas passagens. Devemos associá-lo a um gesto de "bombeamento", um puxar-relaxar sucessivos. É muito simples de ser aplicada, seus benefícios são quase que imediatos para a circulação, musculatura e articulações, além, do efeito calmante.
Relaxamento muscular, nos casos de contratura e retrações, quando as moléculas de actina e miosina interpenetram-se excessivamente, há diminuição do comprimento muscular, no que são seguidas pelos elementos conjuntivos do músculo.
Favorecimento da circulação, os tecidos conjuntivos representam mais de 60% do conjunto dos tecidos corporais. Neles estão incluídas as fáscias que envolvem e estruturam a musculatura corporal. No âmbito desses tecidos, ocorre a circulação de água livre, não canalizada, responsável pelas trocas vitais de aporte de elementos nutritivos e retirada de toxinas. Se uma retração muscular, uma cicatriz, um edema provocarem uma estase, haverá ausência de mobilidade entre as fáscias, e a circulação de água livre, denominada lacunar, não ocorre eficientemente, porque depende da mobilidade entre os tecidos, visto não haver uma bomba a ela destinada. Neste caso, a pompage deve ser realizada com o objetivo de liberar os bloqueios e promover a circulação lacunar.
Regeneração articular Na região de uma dada articulação, podemos aplicar um tensionamento com o objetivo de separar duas superfícies articulares, descomprimindo a articulação, provocando a entrada de mais líquido sinovial, o que representa mais nutrição para o tecido cartilaginoso que depende exclusivamente do aporte deste líquido para sua nutrição. Esse procedimento pode ser útil em casos de artroses degenerativas. Não é capaz de recuperar os desgastes já produzidos, mas pode retardar a evolução da degeneração (Eu particularmente adoro usar essa técnica, minha avó tem artrose de joelho, ela se beneficia muito, é incrível como melhora, principalmente o quadro álgico dela).

A pompage é basicamente dividida em três tempos:
Tensionamento
Tensionamento do segmento, o que deve ser feito até o limite da elasticidade fisiológica da estrutura musculoaponeurótica. Se esse tensionamento ultrapassá-la, haverá reação através de um reflexo miotático direto. O terapeuta deve alongar lenta, regular e progressivamente as fibras até o limite de sua elasticidade, para não se provocar um descarregamento dos informantes do alongamento do músculo, que são os fusos. Tudo deve ser realizado "em silêncio". O terapeuta deve sentir-se um ladrão que está roubando comprimento do músculo e não deve ser descoberto pelos vigias. Esta é uma imagem que deve realmente ser levada a sério. A pompage é uma manobra tão simples e tão leve que é muito difícil executá-la convenientemente. O fisioterapeuta acaba quase sempre por ser excessivo, não acreditando que aquele "quase nada" é o primeiro passo para a obtenção de um efeito extraordinário de movimento, sob a ação de uma força de mesma intensidade, e assim por diante.
Manutenção da Tensão
Manutenção do tensionamento, que será maior ou menor de acordo com o objetivo que se procura.
Retorno
Retorno à posição inicial, que ocorrerá lentamente e cuja velocidade também será determinada de acordo com o objetivo perseguido.
A pompage pode ser considerada como técnica introdutória de um tratamento mais completo, pois ela prepara a musculatura e o tecido conjuntivo para manobras futuras. Como também, é indicada para o fim da sessão, pois seu efeito é bem apreciado pelos pacientes.
A manobra deve ser repetida de 5 a 10 vezes.

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