sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dor Neurogênica e Mobilização Neural


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Dor Neurogênica é uma dor iniciada ou causada por lesão primária, disfunção ou perturbação transitória no Sistema Nervoso Periférico ou Central (Merskey 1994). É caracterizada por queimação, ardência, choque, dormência e/ou dor em pontadas e sensação de enrijecimento na região da dor que não melhora ao repouso e tende a piorar à noite e às temperaturas frias. Pode apresentar diminuição ou aumento da sensibilidade ao toque (hipo ou hiperestesia) e diminuição ou aumento da sensação de dor ao teste da agulha (hipo ou hiperalgesia).

Envolvendo o nervo periférico temos um tecido conjuntivo, o nervi nervorum ou “o nervo do nervo”, composto de terminações nervosas livres, sensíveis à pressão e ao alongamento mecânico do nervo, funcionando como uma proteção.

Quando o nervi nervorum responde de forma adversa ao tensionamento, ele é capaz de gerar dor e inibição da contração muscular. Balster & Jull, em 1997 iniciaram os estudos com eletroneuromiografia, demonstrando que tecidos neurais são protegidos do alongamento por meio de contração muscular reflexa não apenas mediada pela dor, mas também pela ativação dos receptores de alongamento localizados no nervo periférico. Estes resultados demonstraram que o Teste de Tensão Neural do Nervo Mediano é capaz de evocar uma resposta de contração muscular protetora, relacionada a mecanossensibilidade do nervo durante o teste.

A lesão acontece geralmente por compressão pelas estruturas adjacentes ou estiramento provocando a deformação mecânica das fibras nervosas e isquemia local que levam a perda das propriedades mecânicas e funcionais das fibras nervosas.

As dores mais comuns são a ciática, neuralgia do trigêmeo, nervos do pescoço, pós-herpes zoster.

Uma disfunção consistente pode ser identificada através de movimentos chave, tanto passivos quanto ativos, testes de provocação do tecido neural, assim como palpação do tronco nervoso. O reconhecimento de que a fibra nervosa pode ser também uma fonte de informação nociceptiva, levou a elaboração de técnicas manuais especificas para seu tratamento.

Segundo a técnica de Mobilização Neural, quando ocorre um comprometimento da mecânica e fisiologia do sistema nervoso poderá haver disfunções no próprio sistema nervoso ou em estruturas músculo-esqueléticas que recebem sua inervação. A técnica busca restaurar o movimento e elasticidade do sistema nervoso, restabelecendo sua neurodinâmica através de movimentos oscilatórios e/ou brevemente mantidos direcionados aos nervos periféricos e medula.

É necessária uma avaliação minuciosa do paciente antes da aplicação da técnica, que se aplicada corretamente pode diminuir até 80% do quadro álgico na 1ª sessão.

Fonte: Mais Fisio, Terapia Manual, Guia do Fisioterapeuta, Dores Crônicas

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