O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), irá disponibilizar aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) um equipamento ultrapotente que destrói tumores. Trata-se do High Intense Focus Ultrassound (Hifu), uma tecnologia inovadora resultante da fusão do ultrassom de alta intensidade com a ressonância magnética. Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão.
O Hifu concentra até 1.000 feixes de energia ultrassônica com extrema precisão em um tumor no interior do corpo. Cada feixe passa através do corpo sem causar lesão, mas, quando convergem para o ponto selecionado, elevam a temperatura nesse local, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos. A ressonância magnética serve para localizar e direcionar essa energia precisamente no tumor, de forma interativa e em tempo real, fornecendo imediata confirmação da eficácia da terapia.
Por não ser invasivo, o método, que dura aproximadamente duas horas, permite que o paciente realize o procedimento consciente, permanecendo acordado e podendo voltar para casa no mesmo dia. O Icesp também está desenvolvendo tratamentos que possibilitam a liberação de drogas quimioterápicas, em que nanopartículas com elevadas concentrações de medicamentos (o que pode ser altamente tóxico ao organismo, inviabilizando sua aplicação intravenosa), são injetadas e liberadas apenas no tumor, a partir do calor produzido pelo aparelho (Hifu). Esses pacientes integrarão os protocolos de pesquisa clínica do Icesp.
Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas - tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.
Outra novidade do Icesp é o Centro de Investigação Translacional em Oncologia - uma rede com 20 grupos de pesquisa em câncer, com objetivo de reunir todo o conhecimento que se encontra espalhado nas frentes de pesquisa de órgãos como a USP, o Hospital A.C. Camargo e Instituto do Coração. Com uma área de 2 mil metros quadrados, o andar no Icesp vai permitir o avanço em estudos sobre o câncer que reúnam conhecimentos de áreas diversas como a biologia molecular, epidemiologia e a
engenharia genética.
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