terça-feira, 19 de outubro de 2010

Síndrome do Impacto no Ombro

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A dor no ombro é a segunda maior incidência nos consultórios de fisioterapia, ficando atrás somente da dor lombar. A Síndrome do Impacto é a afecção mais comum com prevalência em pessoas de 40 a 50 anos de idade, mas por estar relacionada a atividades laborais e esportivas, se torna cada vez mais freqüente em adultos jovens.

A região do ombro é formada pelas articulações esternoclavicular, acromioclavicular, glenoumeral, escapulotorácica e subdeltoídea. Cada uma tem sua amplitude e graus de movimentos limitados pelas estruturas ósseas, ligamentares, tendinosas, capsulares ou musculares, mas uma sincronia perfeita entre elas faz com que possamos realizar grandes movimentos com os membros superiores. Os músculos do Manguito Rotador (subescapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor), a porção longa do bíceps braquial e o deltóide são importantes estabilizadores desta articulação.

A Síndrome do Impacto do Ombro envolve a compressão de estruturas periarticulares no espaço subacromial causada por alterações como fraqueza dos músculos do manguito rotador, trauma e o over use, encontrado em atletas (nadadores, tenistas, jogadores de beisebol) e outras pessoas cujas atividades envolvem o uso repetitivo do braço em elevação de 90º ou acima. É caracterizada principalmente por dor e limitação do movimento e evolui em três fases:
Fase I – edema e hemorragia reversíveis. Ocorre em pacientes jovens devido a um excesso de uso do membro superior no esporte ou trabalho.
Fase II – fibrose e tendinite do manguito rotador. Ocorrem de maneira crônica em pacientes com idades entre 25 e 45 anos. Os sinais clínicos são intermitentes.
Fase III – ruptura completa ou parcial do manguito rotador associada a alterações ósseas. Ocorre geralmente em pacientes com mais de 40 anos de idade.

O diagnóstico é feito através de exame físico e testes específicos que ajudam na identificação das estruturas envolvidas, além de exames complementares como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e radiografia.

O tratamento geralmente pode ser conservador, com o uso de analgésicos, antiinflamatórios e fisioterapia, utilizado nas fases I e II, ou cirúrgico por via aberta, mini incisão ou videoartroscopia, para pacientes na fase III.

A fisioterapia visa promover um alívio do quadro álgico, recuperar a amplitude de movimento do ombro, promover ganho de força muscular e o equilíbrio entre as forças do manguito rotador e deltóide, diminuindo o impacto do supra-espinhoso e bursa subacromial contra o acrômio, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente e reintegrando-o as suas atividades funcionais.

A fase inicial do tratamento fisioterapêutico visa diminuir o quadro álgico, sendo comum o uso de exercícios de Estabilização Segmentar da cabeça do Úmero e da Escápula, exercícios de Controle Motor, Mobilização Articular e Tape Funcional. Na fase subaguda, onde já foi recuperada a estabilidade da cabeça do Úmero e da Escápula, o comprimento das estruturas periarticulares, acrescentam-se exercícios ativos (isométricos e isotônicos) para fortalecimento dos músculos estabilizadores da escápula e exercícios proprioceptivos.

O método FFT – Functional Facial Taping é um grande aliado para o alívio da dor em todas as fases do tratamento. A técnica consiste na colagem de fitas adesivas sobre a pele, oferecendo feedback proprioceptivo constante e mantendo a carga correta sobre os tecidos. Os efeitos multidimensionais no corpo levam a melhora do padrão de movimento possibilitando assim uma reabilitação mais rápida e livre de dor.

É importante ainda orientar o paciente quanto a mudanças de hábitos para que a disfunção não retorne.

FONTE: MAIS FISIO

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