O hábito de fumar maconha frequentemente, mesmo em pouca quantidade, pode danificar seriamente a área do cérebro responsável pela memória, segundo estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os resultados mostram que os déficits no armazenamento de informações e na evocação da memória nos usuários persistiram após um tempo médio de 14 dias de abstinência.
A parte do cérebro mais atingida é a responsável pelo processamento da memória e pela execução de atividades complexas que requerem planejamento e gerenciamento das informações. Com o tempo, o usuário de maconha esquece até informações simples do dia a dia. Quando o uso é crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco de danos é ainda maior, devido ao efeito tóxico e cumulativo da substância da maconha no desempenho cerebral.
A pesquisa avaliou preliminarmente 173 usuários crônicos de maconha e selecionou 104 para o estudo sobre funcionamento executivo do cérebro - sendo 49 usuários de início precoce e 55 de início tardio -; 34 usuários crônicos abstinentes há mais de sete dias e 55 controles não usuários. A idade dos participantes variou entre 18 e 55 anos, e o estudo mostrou grande prejuízo nas funções executivas do cérebro, como a realização de uma equação matemática.
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