sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Grande parte dos brasileiros ainda não conhecem os riscos da trombose

Inimigo silencioso, o tromboembolismo venoso é pouco conhecido pela população. É o que revela uma pesquisa inédita, feita pelo Ibope, que constatou que 57% dos brasileiros não sabem quais os sintomas da trombose. A embolia pulmonar, uma das complicações da trombose, está ainda mais desconhecida: das pessoas entrevistadas, 78% relatam não saber do que se trata.

- Mesmo quem sabe o que é o problema, se engana ao achar que a dor no corpo é o sintoma - afirma o médico Guilherme Pitta, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

As atitudes de prevenção também foram alvo do Ibope, que entrevistou 1008 pessoas, em todo os país. Os resultados apontam que 44% não sabem apontar medidas de prevenção (caminhar regularmente, evitar fumar, controlar peso, movimentar os pés ao ficar sentado por muito tempo e usar meias de contenção).

No Brasil, 124 hospitais adotam estratégias para tentar prevenir e reduzir a incidência do tromboembolismo venoso em pacientes, através do programa TEV Safety Zone, que tem apoio da farmacêutica Sanofi-aventis. A pessoa é avaliada na internação sobre o risco de desenvolver o problema durante o tratamento.

- Se o paciente cuidar da sua alimentação, parar de fumar antes de uma cirurgia eletiva ele vai ajudar a prevenir - lembra Ana Thereza Rocha, professora da Universidade Federal da Bahia. De acordo com a pesquisa do Ibope, a proporção de tabagistas aumenta no grupo de alto risco de desenvolver o tromboembolismo (de 11% para 16%). Além disso, a proporção de pessoas que praticam atividades físicas nesse grupo é menor.

Joelho e quadril

- O tromboembolismo venoso é a complicação mais frequente em artroplastia de quadril e joelho. E pode ser fatal em única manifestação. Na América Latina, de 45% a 80% não recebe prevenção adequada - diz o ortopedista Luiz Sérgio Marcelino Gomes, chefe do Grupo de Quadril da PUC de Campinas.

Segundo ele, o risco cai quando os pacientes que se submetem a estes dois tipos de cirurgia tomam remédio de forma preventiva, como a rivaroxabana (comprimido).

A trombose pode ocorrer até 21 dias após a cirurgia de quadril e até 15 dias depois da operação de prótese de joelho, segundo o ortopedista.

Em hospitais, a trombose pode ser evitada também com injeção de enoxaparina.

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